quarta-feira, 29 de julho de 2009

Levas-me?


Mergulho na madrugada que não me deixa dormir. Traz-me sonhos e ilusões e eu deixo-me levar, não consigo dominar tudo aquilo que estou a sentir e deixo-me ir ao sabor do vento…voo por cima das minhas teorias e ideias, abarco comigo tudo o que me faz sentir bem e tudo o que me importa e saboreio cada palavra que escrevo. Respiro mais e mais fundo, pois a leve brisa que passa dá-me alento e talvez até inspiração para o que rapidamente “salta” dos meus olhos para esta folha de papel.

Trata-se de um “Assunto Pendente”- se é que assim lhe posso chamar - é um mistério o que sinto…não o sei definir, muito menos o sei explicar. É um murmúrio baixinho de uma antítese de sensações, de sentimentos misturados, de meras suposições em acasos e tudo isto gera em mim um turbilhão de confusões.

Traz-me dúvida e incerteza. Traz-me monotonia e saudade, traz-me um misto de coisas. Está dentro de mim e ao mesmo tempo tão distante, é um planeta de coisa nenhuma que eu tenho medo de revelar e sei que posso, mas não quero, jamais, arriscar.

Será sonho ou Realidade? Ficção ou Fantasia? Será mentira ou verdade? Ou será apenas Ansiedade?

Sinto que existe um muro que separa aquilo que quero daquilo que posso, aquilo que posso daquilo que não devo, aquilo que sinto com aquilo que não posso nem devo sentir e aquilo que eu sei que existe e que eu insisto em que não deva nem possa existir.

Leva Pedaços de Mim a cada dia que passa e deixa-me apenas as minhas Palavras Perdidas, num espaço perfeito, num tempo oportuno e vago e deixa cada vez mais a marca do “nada” e do silêncio gritante que passa por mim, cada vez mais devagar. É um sentimento que não me contenta e que descontente se apodera de mim, ao mesmo tempo que me vai dizendo, dia após dia, sem que ninguém se aperceba, que me vai abandonar. Como que uma cidade fantasma perdida no meio do mar….

Então se nada disto fez sentido,
Se nada disto faz sentido,
Se nada disto irá fazer algum sentido….

(não posso prever nada, nem agir perante o que se destina ao nada que é Tudo [que pode até valer a pena], que me prende e obriga a ficar…)



Então…Levas-me?

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Perfeito Vazio

O tempo que se perde pela vida fora...
O tempo que gastamos em desilusões de memórias deixadas ao abrigo do passado...
O tempo que se inventa quando nunca se é capaz...
O tempo que desperdiçamos, mesmo quando sabemos que este nunca volta atrás.

Matamos a vida!

Viajamos em nós à procura de quem somos com a base de quem éramos e tentamos descobrir quem um dia iremos ser. Mas acabamos por nos perder ainda mais, misturando, assim, o passado, o presente e o futuro.

Abarcamos connosco a raiva de um mundo, o ódio das gentes, o desespero dos outros. Juntamos-lhe o rancor e assim se esquecem os Amigos, se esquece a Família, se esquece quem realmente importa! Guardam-se memórias, vãs, a sete chaves, de um tempo que o próprio tempo se encarregou de fechar.

Matamos a Vida!

Destruímos o mundo. Destruimo-nos a nós próprios. Destruímos os outros. Matamo-nos com Guerras e lutas ridículas. Estabelecemos Políticas inúteis, criam-se protestos, cria-se a revolta, vê-se a miséria acumulada, aqui e ali...emocionamo-nos por ver o estado degradado das coisas, dos dias, das horas...de tudo.

Matamos a Vida!

Queixamo-nos sobre isto e sobre aquilo mas não fazemos nada, absolutamente nada a não ser criticar, apontar o dedo e falar, falar....Mas palavras leva-as o vento e é preciso agir, fazer alguma coisa e ir mais além.

Matamos a Vida!

Vivemos em vão, num vazio constante. Vejo um mundo perdido e afundado, vejo interesses e intrigas, discussões e mentiras, sobretudo reina a Ilusão. A Ilusão de que tudo é nosso, a ilusão de que tudo está bem e bem continuará a estar, a Ilusão de viver numa Utopia, a Ilusão de que temos connosco pessoas perfeitas. Tudo se resume a Ilusões e tudo se resume à Humanidade, já que são os humanos os "comandantes" do Planeta e assim, os responsáveis pelas coisas boas e também pelas más.

Matamos a Vida por nada, damos nada por tudo e tudo se resume a um Perfeito Vazio!