quarta-feira, 20 de julho de 2011

Desassossego

A profundidade da noite e a imensidão do seu silêncio tráz-me inspiração e obriga-me a escrever aquilo que a voz calou e o que o pensamento teima em não deixar pensar. O reflexo da lua resvala sobre o mar...brilha, reflecte...faz-me divagar.
E divago...devagar porque não tenho pressa, porque o relógio parou, porque tenho todo o tempo do mundo, se o tempo me der o tempo a que eu tenho direito!

Tenho um mundo de sonhos por sonhar e tantos outros por cumprir. Não penso muito no dia de amanhã nem faço planos, porque a vida se vai encarregar de os mudar e de não me fazer cumpri-los.
Tenho o mundo à cabeceira e as mãos cheias de nada. Um vazio que se completa com os dias que sopram os pedaços do mundo que se partiu dentro de mim. E depois trago comigo um desassossego inútil que me tira o sono e um misto de sensações que eu desconhecia que existissem! São sentimentos novos, com um sabor que eu não sei decifrar, e tenho vontade de arriscar. E o que vem depois? Não sei!

Aqui e agora, alheia a tudo e a todos, sinto que tudo o que me rodeia é meu! Meu e só meu! O silêncio, a paz e o brilho que só a noite tem! Pelo menos que não me roubem tudo isto! Todo este sossego inquietante que eu sinto e não consigo entender, todo este cruzar de linhas que me trouxe de volta à Terra...este desassossego que me trouxe ao sangue calor. Um fernesim que me acorda e me faz adormecer, que me dá vida e que eu não quero perder.


Resta-me, então, vivê-lo! Viver calmamente o desassossego que os dias e as noites me trazem...

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