terça-feira, 14 de junho de 2011

Palavras? Leva-as o Vento!

Existem, sem dúvida, muitos tipos de palavras, mas seguramente nenhumas que me façam voltar a acreditar nelas próprias!
Há palavras bonitas que nos tocam, que nos marcam para sempre, palavras que nos movem, que brilham no escuro e no olhar de quem as lê, palavras que nos inundam, que desatam o desejo, o gosto...o beijo! Existem palavras sinceras, sentidas, outras que, perdidas, vagueiam por aí. Palavras que se dirigem a nós, por muito que lhes queiramos escapar, palavras que nos rodeiam, que nos cercam e prendem aqui e ali. No fundo estas são palavras bonitas...apenas isso.

As palavras comuns de quem faz poesia, de quem reinventa formas de viver,de quem regressa sempre um dia, de quem é ilusionista da escrita e deslinda versos retirados do fundo de sonhos. Palvras que servem para fazer sorrir. Foram nestas que deixei de acreditar e deixei de as escrever. Faltava-me sempre a inspiração para colocar as palavras certas no enquadramento perfeito contendo sempre um fundo de verdade...um pedaço de mim.

Mas existe também, como em tudo na vida, o outro lado das palavras. Há palavras que nos magoam, que nos desiludem, que nos desarmam, que nos destroem...que nos matam! Mesmo que não matem por fora, matam pedacinhos de nós por dentro.
Existem palavras capazes de desencadear o ódio, a raiva, a loucura. Palavras que ateiam o fogo da guerra, que alimentam a revolta e a dor, que nos desferem golpes duros, capazes de abrir feridas que demoram anos a sarar.

E com palavras se mente, se ilude e desilude e se magoa alguém. Já não acredito nas palavras! Ou talvez deva dizer que deixei de acreditar em algumas pessoas que diziam certas palavras. Estas não têm culpa de serem ditas ou escritas, a culpa é sempre de quem as usa e de quem lhes dá uso indevido. Talvez seja nas pessoas que eu deixei de acreditar. Não em todas, mas em muitas sim.
Mas as palavras a mim já não me dizem nada! Porque palavras? Leva-as o Vento! E o que é que resta depois disso? Restam as acções! Resta o mau ou bom caractér de quem as pratica!

Já apreciei palavras bonitas, bem como acreditei que estas dizem sempre a verdade, mas enganei-me! Hoje já não me iludo com poemas e palavras bonitas, já não as vejo brilhar no escuro nem as sinto no meu olhar como outrora senti.
E o que me resta então? Resta-me esperar que a inspiração me invada e que as palavras não fiquem perdidas nem por dizer. Resta-me escrevê-las, ainda que nem sempre elas transmitam tudo aquilo que estou a sentir.

Resta-me esperar que as palavras me encontrem e que voltem cheias de verdade e de honestidade....

porque...Palavras Bonitas?

Leva-as o Vento!

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