sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Loucos? Sim, loucos!

Loucos? Sim, loucos! Os que correm por causas nobres, esses que remam contra a maré em busca de algo nunca dantes encontrado. Esse algo que nem quem procura sabe bem aquilo que procura, nem o que poderá encontrar.
Loucos? Sim, loucos! Aqueles que sabem que a causa que os move é já à partida uma causa perdida. E mesmo assim mantêm a esperança firme de que a viagem não será em vão, de que essa causa por que lutam tenha um final feliz.

E quem é que os pode julgar? Sim, quem pode julgar esses loucos?
Quem pode sensurá-los por acreditarem no impossívelmente possível?
Quem pode por-lhes entraves no caminho?
Quem é que se atreve a dar luz aos olhos de um cego e dizer-lhe: "o pior cego é aquele que não quer ver!"?
Ninguém pode! Ninguém tem coragem de parar os loucos que têm causas a levar a cabo, objectivos por cumprir, sonhos por sonhar....Ninguém pode! Porque cada pessoa tem as suas causas, as suas batalhas e as suas metas. E existe sempre uma causa que nos move. Esse é o veículo que nos faz avançar e evoluir. E quando erramos devido a uma causa perdida é a esse erro que gostamos de chamar experiência de vida. E é desse erro que vão nascer muitas coisas...

Eu acredito nos loucos! Talvez porque também eu transporte comigo alguma quantidade dessa loucura - não em excesso, pois loucura a mais faz mal - porque eu própria corro por muitas causas. Algumas delas sei que são completamente inúteis e que não valem a pena o esforço, mas mesmo assim a minha loucura permite-me arrastar essa caminhada e ir definhando dia após dia com o desgosto com que vejo a meta afastar-se mais e mais e mais...nem tudo são rosas.
Não quero pensar nisso agora, não é a minha loucura que está em causa, muito menos as minhas alucinantes cruzadas diárias e os meus devaneiros bruscos e cegos de lucidez ávida de ser escrita nesta página em branco, como se de uma verdade indubitável se tratasse. Não! O que se trata aqui são dos loucos. Os loucos que se cruzam comigo, - ou que não se cruzam mas que eu sei que existem -, humanidade que anda por aí, que vive de causas, que luta por elas, que sem elas não teria vida e apenas vivesse porque os dias passam, esses que são heróis para muitos, pelo simples facto de não baixarem os braços e porque lutam, mesmo que isso não os leve a lugar algum (a não ser às ruas da amargura). Esses, como eu, não são loucos! Afinal são eles que fazem história, são eles os magníficos...

Loucos? Sim, loucos! Deixá-los ser! Deixá-los sonhar! Deixá-los amar!
Deixem-nos viver...mesmo com a loucura válida de causas inimagináveis ou incompreensíveis. Porque de causas todos nós vivemos, com ou sem a loucura dos que vivem a sonhar e dos que sonham a viver...

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