sábado, 20 de agosto de 2011

Marte? Talvez...

Por vezes, em certos dias, sinto que o tempo dói. Assim como as feridas que este não me chegou a sarar. São dias em que os fantasmas do passado me voltam a assombrar, em que sinto os pensamentos demasiado desarrumados na minha cabeça. Dias em que as questões mal resolvidas que me rodeiam me vêm atormentar. São dias em que me desencontro e penso que que não pertenço aqui, que este não é de todo o meu lugar, o meu mundo. E o único sítio para onde posso fugir é longe...
Marte talvez fosse uma boa solução! Talvez fosse um bom escape. Mudo de Planeta e tudo se resolve! Ou não! Porque para onde quer que eu vá os problemas, ou as questões, vão comigo.

Que dias e noites estas em que não me apetece ouvir se não o silêncio, e tudo o que me dão são frases, textos, conversas e contextos...não quero ouvir!
Que dias e noites estas em que não me apetece ver se não as paredes do meu quarto e tenho de encarar rostos, muitos rostos e cruzar-me com uma multidão...não quero ver!
Que dias e noites estas em que não me apetece sentir nada a não ser o cheiro da maresia que uma leve e suave brisa me traz e tudo aquilo que me dão são sabores e aromas que me transportam para lugares e pessoas que teimo em não me lembrar! Ah...não quero sentir!

Que raio de dias e de noites em que só sou eu, realmente eu, quando escrevo estas palavras. Estas palavras que por agora descrevem na perfeição tudo aquilo que sinto. Elas que vêem com os meus olhos, que sentem o que eu agora sinto, que sabem que choro por dentro quando sorrio por fora. Apenas palavras que me compreendem quando isso é tudo o que peço! Quando elas são tudo o que tenho.

Marte? Talvez fosse uma boa solução! Fugiria para lá se pudesse e não mais voltava.
Levava as minhas palavras comigo bem como o silêncio que trago em mim. Não teria de ouvir nada, não ver nada nem ninguém e mais que isso não sentir nada. Marte? Sim. Marte talvez me obrigasse a nada sentir. E quando nada se sente...nada se pensa e tudo deixa de existir. E é disso que eu preciso agora. Porque quando acordo...a realidade dói e quando adormeço...os sonhos atormentam-me...

Estas palavras são agora desabafos que hoje, aqui e agora fazem pleno sentido. Mas se amanhã Marte já não for a minha solução...estas palavras já não significarão nada...



Serão simplesmente desabafos.

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