sábado, 15 de outubro de 2011

Morrer de sede em frente ao mar...

Apaga-se a luz. Fecho a porta atrás de mim. Desço as escadas e deixo para traz apenas o silêncio das palavras que ninguém ouviu, dos gestos que ninguém viu e o pulsar de um magnetismo que me desconsertou e me roubou o tempo que dei como perdido! A isto junta-se a vontade anunciada que eu já tinha de partir. Juntou-se o útil ao agradável por tanto!
Agora apercebo-me que provavelmente com o findar dos dias finaram-se também pedaços de mim! Morri um bocadinho em cada momento que sonhei, em cada loucura que cometi, em cada segundo que me prendi demasiado e em cada noite em que procurei a minha realidade!
Morre-se de sede em frente ao mar...sempre que aquilo que se considerou objectivo, não passa agora de um nevoeiro que já se foi.
Mas a vida continua! O tempo avança e eu avanço arrastada pela maré! Acordo, vivo o dia, depois contemplo a noite, voo pela madrugada e sonho como se não fosse acordar nunca mais!
Morre-se de sede em frente ao mar quando nos apercebemos que mesmo tendo corrido atrás da nossa meta...por um segundo ela nos escapou; ou quando nos apercebemos que afinal os nossos sonhos são sempre gigantes para serem projectados em coisas ou pessoas pequenas demais para os alcançar!

De algumas coisas eu tenho a certeza: vão haver sempre sonhos, vai haver sempre algo para construir e vai haver sempre alguém que venha destruir aquilo que construimos! Depois bate-se com a porta, deixa-se o silêncio para quem o queira ouvir e as palavras para quem as queira ler!




Compreenda-se que "Morrer de sede em Frente ao Mar" é apenas a metáfora que hoje me descreveu! Amanhã, provavelmente, não fará qualquer sentido. Mas as palavras também são metáforas e quem disse que elas não têm o seu sentido?!

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