As maiores dores são invisíveis aos olhos, são apenas vistas
pela alma. São sentidas no coração, processadas no nosso interior mais recôndito
e têm a capacidade de ferir sentimentos, conseguem fazer-nos retroceder ao mais
ínfimo pormenor da última dor que sentimos antes desta e deixam marcas difíceis
de apagar.
Sente-se o tapete fugir debaixo dos pés, como se nos
arrastassem amarrados dos pés à cabeça e sem qualquer sensibilidade, sem reflexos,
sem acções. Imóveis vamos para um lugar desconhecido, é o abismo do medo somado
com a revolta da alma.
Estranho estar aqui. De novo aqui. Neste sitio onde já
estive, a sentir a mesma dor de outrora, o mesmo pensamento, o mesmo medo e o
mesmo sentimento, esmagador, de revolta aliado à força e à esperança.
Somos pequenos, relativamente pequenos. Só a alma sente a
dor, só a força combate o medo e só a esperança nos leva mais além.
A maior dor não é a que os meus olhos vêem. É aquela que a alma
não vislumbra, mas sente. E dói!
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