Nunca se está
preparado para os golpes que a vida nos prega, nem existe uma maneira fácil de
aceitar a verdade das coisas e aceitá-las. É sempre injusto, é sempre duro e é
sempre inevitável que haja uma aceitação do que for surgindo.
Nunca ninguém disse que os dias
eram nossos, ninguém prometeu nada, nós é que sempre acreditamos na eternidade
das coisas e sempre julgamos que as madrugadas eram todas nossas...que terrível
ilusão. Iludimo-nos, julgando-nos donos de tudo, incluindo da nossa própria
vida, mas ao que parece nem essa nos pertence.
Vivemos
submersos, tantas vezes, de falsas verdades, amarrados às ilusões e ancorados
aos nossos próprios problemas: ao nosso tempo (ou à falta dele), ou em nós
mesmos. Esquecemo-nos facilmente da fragilidade da vida e dos momentos que nela
vivemos, que não tarda não irão passar de meras recordações, frágeis recordações.
Esquecemo-nos de viver um dia de cada vez, como se ele fosse o último,
esquecemo-nos de viver tudo de todas as formas, de viver intensamente,
esquecemo-nos de demonstrar os nossos sentimentos e de sorrir e amar como se o
amanhã nunca mais acontecesse. Estamos sempre tão ocupados que nos esquecemos
de viver. Pois bem, é nestas alturas que os golpes duros da vida nos atingem, é
quando menos esperamos, é aí que nos escapa o tapete debaixo dos pés e
acordamos numa realidade dura e tantas vezes injusta.
São nestes
momentos que sentimos nascer em nós (ou renascer) forças que não se sabe muito
bem de onde vêm, simplesmente aparecem. Nestes momentos a revolta dá lugar à
esperança, esta que é o único sentimento capaz de vencer o medo. É aí que
sentimos quem realmente nos faz falta e quem são aqueles essenciais, cuja
presença será sempre preciosa em todo e qualquer momento. É, também, aí que a
tempestade irá acalmar.
É aí que o
Sol irá espreitar, porque…
O Sol não vê até o Céu limpar.
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