Sentada no banco da paragem daquele cais cheio de gente, apressada, atrapalhada, atrasada e a olhar para o relógio...só eu estava parada, era a calma a falar mais alto, sem pressa de viver e com o meu mundo parado, o relógio atrasado...estava ali, a olhar para a multidão e a pensar que vivemos a vida tão apressadamente e tão concentrados nos nossos pensamentos e no nosso mundo que muitas vezes nos esquecemos de resto do mundo, do resto das das pessoas e da vida que existe lá fora...para além do nosso corre corre diário.
Mas a vida é muito mais que isto...é muito mais que um corre corre, é muito mais que um atraso para o emprego, que uma saida para a discoteca, que um almoço familiar ou que uma noite passada noutro lugar, é mais que isso e menos que um segundo, é um bem precioso que algum dia alguém nos deu, é um passar de tempo a voar, é um tiro no escuro, é um tudo que de repente se transforma em nada e nos escapa por entre os dedos...numa questão e sgundos.
Não foi à toa, nem sem pensar que vim para o cais, precisei de ver por mim própria que cada um de nós passa o tempo todo tão absorvido na sua própria vida que não repara que...a Terra gira,o mundo muda, o tempo voa, uns morrem, outros nascem, uns fazem-nos rir, outros fazem-nos chorar, uns hoje estão aqui e amanha...nem por isso....porque tudo é assim, porque a vida é mesmo assim, nós é que estamos tão "cegos" em nós que não queremos ver isso...então eu peço: mais compreensão, mais calma a viver, sem pressa de chegar, sem querer ver o depois e amanha se o ontem ainda nem está bem visto, porque viver de vagar é a melhor solução que encontrei...no cais da solidão.
Não é a morte que me assuta....mas sim a maneira de morrer e mais que isso...a maneira como se vive a morte!
Talvez seja incorrecta a minha maneira de pensar ou de encarar a verdade...mas cedo me deparei com as tais "rasteiras" da vida e cedo aprendi a conformar-me e a viver com elas....por isso hoje penso assim e encaro a vida com um sorriso, mesmo que este seja apenas uma máscara para esconder as minhas lágrimas e quem realmente sou....sou triste, sou magoa e trago comigo desilusão, mascaradas num sorriso a cores, num corpo alegre e cheio de harmonia, onde outrora já morou alguém com bastante alegria...esse alguém que ainda continua cá...por baixo da tal máscara...alguém que abe que não é fácil viver e que isso é apenas o que fazemos..sem querer, sem saber...e por isso mesmo...à que o fazer de vagar, a pensar não só em nós mas também nos que nos rodeiam...e viver o presente, sem pensar no futuro e esquecendo um mau passado, nem fazer planos que amanha o destino se encarregará de modificar.Por isso decidi levar a vida a sorrir...mesmo que seja só uma ilusão...ou quem sabe...talvez Não!
E no cais da solidão....continuei a pensar,, como seria se tudo corresse mais de vagar, com mais calma, mais correcto, mais presente, mais amor, mais paz, menos tristeza, menos intriga...seria sinceramente...um Mundo Perfeito...tal qual como aquele dos meus sonhos...lugar encantado e cheio de fantasia...como ainda tenho esperança...de vir a encontrar um dia!
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